Tuesday, December 05, 2006

Sim, Concâvo.


É num relance que me paralisa o Olhar. Concâvo. Cambaleio-me por todo o ser que me conheço. Seu tolo.
Era capaz de pegar num papel oxigenado e desenhar-te num riscar de fósforo. Num riscar finito e fátuo de amor, perpétuo na dor, e bastava um torto olhar.Antes, pego no papel e rascunho-te num punhado de palavras que me enchem os dedos. Quem dera poder colorir-te de letras esvaídas de amor. Mas não. Foi meu.
O destino que te inscreveu de dizeres triviais
com sublime fundo negro.
Tu e esse teu cheiro. Sim,
essa tua nota inundada duma framboesa que me desata os sentidos. E multiplicai-vos…por ti toda e tua. Tentas-me duma arte cujo salão mais não cabe, que no Olhar. É nuns teus toques que me afinco.
Dedos de xadrez que me não fintam.
Pouso-me a palma das falanges e é por toda tua que me corre o sangue. Teu. Meu. Dos imortais poção. À solta pelo mais que de mim despertas por um flácido Olhar, magnifico desamparo.
Se aquilo que me não desejas se perdeu, então que se abram as portas e se anuncie com trompetas que me achei. A ti. Titubeante. Desamparada. Sublime.
Tomada dum estonteante travo a framboesa. Olhar por olhar.
Um grito de dor desamarra-se e tu cais-te.
Soltaste das certezas. Sabes que talvez não.
E a rede foge-te por baixo num prazer Submissa. E os olhos? Esses rebolam infantilmente por ti e mim todo num fugaz suspiro…olhar por olhar,
o tolo.